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eu gosto de inventar palavras

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eu gosto de inventar palavras

  • Foto do escritor: warzeĆ©
    warzeƩ
  • 24 de out. de 2024
  • 2 min de leitura

Te espero num ciclo infinito. De solitude. Enquanto o mundo a minha volta se comunica atravĆ©s de corpos solitĆ”rios com almas barulhentas. Aos poucos me fixo nas letras que seguem aceleradas, alinhadas uma após a outra tentando compor em fluxo um pensamento que me Ć© mais rĆ”pido do que posso escrever. Te espero ainda. Mesmo sabendo que vocĆŖ nĆ£o vem. As cores vibrantes tilintam enquanto a noite na cidade me engole num amargo, ainda que refrescante, sopro de realidade. VocĆŖ nĆ£o vem. E nĆ£o se importou o suficiente para sequer avisar. ComeƧo a estremecer os sentidos e a confusĆ£o se simplifica num ato nobre de aceitação. Te busco em outros rostos. Pauso. Nenhum olhar Ć© igual ao seu. Nenhuma vida Ć© tĆ£o interessante quanto a sua. Se nĆ£o a fantasia, o que me manteria, assim, tĆ£o perto de ti? Aguardo o dia em que decidirei escrever sobre vocĆŖ. ā€œSe vocĆŖ pretende, saber quem eu souā€¦ā€ ecoou no que um sĆŗbito silĆŖncio desse subsolo mundano. Onde as aparĆŖncias nĆ£o enganam. IrmĆ£os da, hoje, velha guarda…. Pensando bem imagino essa fala saindo de dentro dos seus pulmƵes e ecoando — descobri que Eco usa-se no masculino mas Ć© feminina, ela foi quem alertou Narciso — na voz rouca e quase falha que preenche seus lĆ”bios macios. Macios e ao mesmo tempo tĆ£o cruĆ©is comigo, pois quiseram deixar ecoando um beijo finito. RĆ”pido. Simples. Sem vida. Ecoando… como disse, Eco alertou Narciso, reproduziu suas falas atravĆ©s do reflexo n’Ôgua. Finito. Essa palavra sempre me pareceu mais certa do que ā€œnósā€. Parece mesmo que a gente deu um nó. Embolou que nĆ£o desembola. Nem desenrola. Desde o dia um sempre foi um fim antes mesmo que acontecesse. Nunca fomos dois. Só vocĆŖ. E eu. Ali. Finita.


Tudo desalinhou. Desorbitou. Desde o momento em que meu planeta orbitou o teu.



25 de Outubro de 2024 | 20:50

  • Foto do escritor: warzeĆ©
    warzeƩ
  • 13 de abr. de 2024
  • 1 min de leitura

Rastro azul que divide o claro do escuro

Em dois tons próximos ainda que distantes

O movimento continuo balanceando entre o ótimo e o confuso

Entre o abismo e a resistĆŖncia

Um segundo de pensamento, uma fração de desistência

Podia ter o destino trocado e retraçado mas me apego aos meus e só por eles permaneço intacto

Meu espírito dói e transborda pelos olhos toda a angústia de um possível recomeço.

Não me esqueço do que penso ter deixado pra trÔs. Me acompanha e descompassa as tentativas de manter o que não se pode mais estar.



14 de Abril de 2024 | 18:03

  • Foto do escritor: warzeĆ©
    warzeƩ
  • 15 de dez. de 2021
  • 1 min de leitura

Primeira vez que venho num bar sozinha. Quer dizer, alguém vem me encontrar, mas aqui estou eu, sentada no balcão. Sem desviar o olhar do que escrevo agora. O ouvido atento esperando a vida encontrar minha caneta.Tem um porco na entrada e também um rapaz de boina. Ele grita alto. Empolgado, contando que sua mulher é vegetariana e que aqui eles vendem free hot dogs.

O bartender toca no ombro da cliente, a fuzila com o olhar: that’s on me. TambĆ©m sou fuzilada, Ć  esquerda. Ele Ć© lindo, eu vi. JĆ” deve ser a quarta cerveja nesses dez minutos que estou aqui.

Meu olhar continua preso no que escrevo. O meio sorriso não esconde como me sinto. Hoje é quarta feira. Minha última semana. Parece que quero fazer tudo o que ainda não fiz. New York tem dessas. A vida é assim.

O alvo fui eu agora. Ou ele só foi simpÔtico? Perguntou se estou bem. Aparentemente pareço triste. Disse que estou escrevendo e e ele pareceu não ligar.

Quem eu esperava chegou. Conversamos. ā€œO que tem o Brasil?ā€. Sou brasileiro. Sim, o bartender. Mais tarde me pagou uma cerveja.


Agora estou aqui no metrÓ. Esperando meu trem. HÔ uma hora atrÔs estava na cama dele. E meia hora antes, no rio. Foi bom. Mas não o suficiente.



16 de dezembro de 2021 | 00:14

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