Tenho precisado evaporar
Me desmanchar suavemente
E mesclar esse excedente
Com o que existe do lado de lá
Pois cá, dentro, o que se entende
É muito pouco antes que muita mente
Me pergunte o que é que há
Há um turbilhão borbulhante
Que ferve e esfria noutro instante
Faz tudo ser inconstante
A ebulição no limiar
Um misturado consciente
De tudo quanto foi e é gente
Não de mim aparentemente
Dá vontade de gritar
Há um vazio preenchido
Um rosto amigo desconhecido
Um fardo bem transparente
Água dura de se carregar
Sem que eu perceba, emudeço
Junto as tralhas, me recolho cedo
Deixo ir o que me presta
Perco os segundos que me restam
No vai e vem de atormentar
13 de junho de 2022 | 02:26AM - quarto bedford NY