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eu gosto de inventar palavras

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Foto do escritor: warzeéwarzeé

Na fração de espaço

Que em um segundo existe

Fechos os olhos e te enxergo ali

Uma boca calma, doce e profunda

Engole meu segredo

Me arranca daqui


Não era você


Não eram os seus

Os lábios macios

O disfarce não mais engana

Minha mente reclama

Minh’alma chama

Inflamo em chamas

E não era você


Se é que vai ser


Te tomei como meu

Antes mesmo de ter


Me afoguei em partes

Me deixei em pedaços

Te sigo em seus passos

E espero pra ver


Seus olhos de novo

Seu queixo quadrado

O bigode falhado

Não era você


Era doce e suave

Era ardente e sem trava

Peço a chuva que caia

Não era você


Algo quis que acabasse

E não foi você




119 de Novembro de 2024 | 01:13AM

 
 
 
Foto do escritor: warzeéwarzeé

Te espero num ciclo infinito. De solitude. Enquanto o mundo a minha volta se comunica através de corpos solitários com almas barulhentas. Aos poucos me fixo nas letras que seguem aceleradas, alinhadas uma após a outra tentando compor em fluxo um pensamento que me é mais rápido do que posso escrever. Te espero ainda. Mesmo sabendo que você não vem. As cores vibrantes tilintam enquanto a noite na cidade me engole num amargo, ainda que refrescante, sopro de realidade. Você não vem. E não se importou o suficiente para sequer avisar. Começo a estremecer os sentidos e a confusão se simplifica num ato nobre de aceitação. Te busco em outros rostos. Pauso. Nenhum olhar é igual ao seu. Nenhuma vida é tão interessante quanto a sua. Se não a fantasia, o que me manteria, assim, tão perto de ti? Aguardo o dia em que decidirei escrever sobre você. “Se você pretende, saber quem eu sou…” ecoou no que um súbito silêncio desse subsolo mundano. Onde as aparências não enganam. Irmãos da, hoje, velha guarda…. Pensando bem imagino essa fala saindo de dentro dos seus pulmões e ecoando — descobri que Eco usa-se no masculino mas é feminina, ela foi quem alertou Narciso — na voz rouca e quase falha que preenche seus lábios macios. Macios e ao mesmo tempo tão cruéis comigo, pois quiseram deixar ecoando um beijo finito. Rápido. Simples. Sem vida. Ecoando… como disse, Eco alertou Narciso, reproduziu suas falas através do reflexo n’água. Finito. Essa palavra sempre me pareceu mais certa do que “nós”. Parece mesmo que a gente deu um nó. Embolou que não desembola. Nem desenrola. Desde o dia um sempre foi um fim antes mesmo que acontecesse. Nunca fomos dois. Só você. E eu. Ali. Finita.


Tudo desalinhou. Desorbitou. Desde o momento em que meu planeta orbitou o teu.



25 de Outubro de 2024 | 20:50

 
 
 
Foto do escritor: warzeéwarzeé

Se te tento mais um tanto sinto que te espanto

Refugo o desejo incessante de te ter por instantes

Cerro os caminhos que me levam até a ti

Pra que não haja conversa nem pio de bem-te-vi

Eles cantam na janela enquanto escrevo pra te ver sorrir

Mas desisto no próximo verso já que me torno

Com "s", cansante





14 de Outubro de 2024 | 17:41

 
 
 
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