Me demorou o assentar
O descobrir do véu
O deixar, soprar
Tudo o que me era seu
Me encantou o espanto
Do grito angustiado
Um dia acalanto
Não mais me habitar
Me deixei provar
Do olhar frustrado
Do êxtase sagrado
Perfume
Molhado
O meu libertar
Me restou o aguardo
De peito apertado
Que a resposta findasse
Calma, sem pressa, devagar
Reclinei no relento
Forjei o silêncio
A manhã anuncia
Uma nova canção
Me demorou as folhas caindo
Demasiado depressa
Não mais verde, faísca
Em uma nova estação
O sol finda o escuro
Eu escuto
E ele risca
O mais lindo céu
Apontando aos pássaros
Como quem grita
Voem
Para aquela direção
02 de novembro de 2021 | 21:15
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